John* chegou ao aeroporto tarde da noite. Só havia mais um obstáculo a superar antes que ele estivesse em segurança com as pessoas que contactou: cristãos secretos que estavam seguindo a Jesus em um país do Oriente Médio não pode ser citado por questões de segurança dos envolvidos neste relato.
Ele teve que atravessar a fronteira e foi para a linha da alfândega por volta das 21h30. Sua esperança era que os oficiais da alfândega não pedissem que John abrisse suas malas para serem revistadas; ele esperava que eles apenas o cumprimentassem. Mas não foi isso que aconteceu.
Um policial, funcionário da alfândega pediu a John que abrisse sua mala.
"Abri a mala", lembra John. "O homem abriu vários dos meus 'presentes' especiais e me perguntou para quem eram esses presentes ou onde eu queria vendê-los. Eu disse a ele que pessoalmente queria dar esses presentes para agradecer às pessoas por serem tão hospitaleiras no país”.
Os "presentes" eram, é claro, Bíblias. John é um ‘contrabandista’ de Bíblias. E tinha acabado de ser pego tentando levar a Palavra de Deus a um lugar onde ela não é bem-vinda.
Levar a Palavra de Deus, vencendo obstáculos
O ‘contrabando’ de Bíblias faz parte do ministério Portas Abertas desde o início da Missão. Naquela época, o irmão André, fundador da Portas Abertas (EUA), e sua equipe recém-contratada contrabandeavam Bíblias por trás da Cortina de Ferro. Foi daí que veio o apelido do irmão André, "Contrabandista de Deus". Em lugares onde a Bíblia ainda é difícil de ser encontrada, o contrabando continua sendo parte do trabalho da Missão.
John é um parceiro da Portas Abertas que se ofereceu para levar a Palavra de Deus a crentes secretos espalhados pelo mundo, que estão desesperados por Bíblias. O irmão André costumava orar para que os olhos dos oficiais “ficassem cegos” enquanto ele passava com as Bíblias nas fronteiras hostis. John provavelmente orou algo semelhante a isso. Mas estava prestes a ter uma prova de que Deus nem sempre responde às orações da mesma maneira.
Os funcionários da alfândega confiscaram todas as 50 Bíblias que John havia tentado esconder na mala. O missionário foi levado para uma delegacia de polícia onde foi mantido e interrogado durante a noite.
"Fui interrogado por oficiais da alfândega e policiais locais", diz John. “Continuamente, alguém me questionou, sem parar. Alguns estavam de uniforme, outros não. Eles me perguntaram sobre meu material, para quem era ou para quem eu queria vendê-lo. Repeti que estes eram presentes. Os guardas sabiam que havia muitas Bíblias para serem presentes simples.
John não tinha certeza do que aconteceria com ele, por quanto tempo ele ficaria ali detido, se seria preso ou deportado e perderia as Bíblias. Ele perguntou a um dos funcionários se ele poderia ir ao seu hotel. O funcionário negou seu pedido. Mas uma conversa um tanto inusitada começou entre John e um dos policiais.
"O homem disse que eu era diferente dos outros", conta John. “Comecei a conversar com ele. [Depois de um tempo] ele me disse que seu pai estava gravemente doente”.
John não hesitou; ele perguntou se poderia orar pelo pai do policial.
"Ele concordou e eu orei pelo homem", diz John. “Depois disso, contei a ele meu testemunho e expliquei o quanto Jesus é importante para mim. Tirei um pequeno Novo Testamento do meu bolso. No final do livro, havia uma página com o 'plano de salvação' impresso. ”
John leu o plano todo para o homem. E, incrivelmente, o policial que supervisionava a detenção de João veio ver a verdade de Jesus.
"Ele aceitou Jesus como seu Salvador", diz João. "Eu tinha lágrimas nos meus olhos."
A fidelidade de Deus em ação
Após vivenciarem aquele momento emocionante, o policial então se ofereceu para ajudar John.
"Ele disse que me ajudaria a resolver meu problema", lembra John. “Ele me perguntou se eu estava sendo detido apenas por causa das Bíblias. Eu disse que sim. Ele então perguntou se eu queria as Bíblias de volta e também respondi que sim. O homem me pediu para segui-lo para pegar as Bíblias. A situação foi resolvida, e eu poderia colocar os livros de volta na minha mala. Por volta das 8 horas da manhã, ele me levou para o meu avião”.
Após vivenciar esse momento surpreendente, John conseguiu perceber que Deus estava com ele o tempo todo.
“Desde que minha mala foi aberta até quando entrei novamente no avião, agradeci ao Senhor”, diz ele. “Eu tive paz - a paz de Deus que transcende todo entendimento. Eu vi a mão de Deus em tudo o que aconteceu. Foi diferente do que eu havia planejado. Ele decidiu mudar tudo para salvar essa única alma. Eu era apenas um espectador. Graças a meu pai, obrigado Jesus”.
*Nome fictício usado por motivos de segurança dos envolvidos neste relato.