“Ignorar a batalha espiritual é um erro, mas exagerar também é”, alerta pastor

Eduardo Reis refletiu sobre as armadilhas do diabo e encorajou os cristãos a resistirem por meio da fé em Cristo.

fonte: Guiame, Aline Gonçalves e Luana Novaes

Atualizado: Sexta-feira, 23 Maio de 2025 as 4:10

Eduardo Reis. (Foto: Reprodução/Facebook/Eduardo Reis)
Eduardo Reis. (Foto: Reprodução/Facebook/Eduardo Reis)

Depois de mais de 20 anos ensinando sobre batalha espiritual em igrejas, seminários e faculdades, o pastor Eduardo Reis percebeu um problema recorrente: muitos cristãos estavam sendo prejudicados por ensinamentos carregados de exageros, misticismo e falta de base bíblica. 

“Vi muitas pessoas adoecendo espiritualmente por falta de ensino sólido e equilibrado”, afirmou em entrevista ao Guiame.

Com base nessa experiência, ele decidiu escrever o livro Mapeando o Diabo, publicado pela Editora Vida. A proposta é clara: trazer uma visão bíblica sobre a atuação do inimigo.

“Decidi escrever ‘Mapeando o Diabo’ justamente para oferecer uma abordagem bíblica, responsável e livre desses excessos”. 

E explicou: “O momento decisivo foi após quatro anos à frente do pastoreio de uma igreja, quando percebi que meu ministério havia amadurecido. Com uma consciência bíblica mais firme, entendi que era hora de compartilhar esse conteúdo com a Igreja, fundamentado tanto nas Escrituras quanto em obras de teólogos sérios, que garantem que este livro não seja mais uma voz de confusão, mas de edificação”.

‘Como identificar a atuação do inimigo?’

No livro, o pastor apresenta um mapa bíblico e histórico sobre a atuação do inimigo desde o Éden até o século XXI. 

Com o objetivo de ajudar o leitor a reconhecer e resistir às estratégias de Satanás em Cristo, o pastor Eduardo relatou como os cristãos podem identificar a atuação do inimigo no dia a dia.

“O diabo atua de forma silenciosa e sutil, sem necessariamente se manifestar de forma explícita. Ele trabalha por meio de pensamentos, sugestões e sentimentos que se tornam fortalezas mentais — estruturas de pensamento que se opõem à verdade de Deus”, explicou o pastor.


Eduardo Reis. (Foto:Divulgação)

Nesse momento, o pastor destacou: “Identificamos sua atuação da mesma forma que discernimos o agir do Espírito: observando os frutos”. 

Eduardo observou que quando os cristãos passam a reagir de forma diferente da nova natureza que receberam em Cristo — com medo, orgulho, raiva ou desânimo — “é sinal de que há influência espiritual em curso”. 

“Essa velha natureza, estimulada pelo sistema do mundo, reflete exatamente o que o inimigo deseja. O cristão precisa estar atento, sensível ao Espírito e enraizado na Palavra para discernir essa guerra silenciosa”, afirmou ele.

‘A chave é conhecer os frutos do Espírito’

Eduardo destacou a passagem bíblica em Gálatas 5 — que fala sobre os frutos do Espírito — para ajudar os cristãos a manter a vigilância e discernir quais pensamentos são setas malignas. 

“A chave é conhecer o fruto do Espírito. Gálatas 5 nos ensina que o fruto do Espírito é o amor, que se manifesta em alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Quando um pensamento promove o oposto disso — medo, confusão, vaidade, acusação ou descontrole — podemos discernir que não vem de Deus”, disse ele.

Conforme o pastor, o Espírito de Deus sempre conduz os cristãos à paz e à verdade. Já o inimigo lança setas mentais, como “dúvidas paralisantes, pensamentos repetitivos de culpa ou orgulho disfarçado de autoconfiança”. 

“A vigilância nasce de uma mente renovada pela Palavra. E quando andamos no Espírito, como Paulo escreveu, não satisfazemos os desejos da carne”, explicou ele.

No livro “Mapeando o Diabo”, há também um capítulo extra dedicado a responder perguntas frequentes sobre o poder e os limites do diabo que desmistificam crenças populares de acordo com as Escrituras. 

“Toda pergunta sobre batalha espiritual é desafiadora, porque nos exige equilíbrio. O risco de cair em exageros ou misticismos é sempre alto. Por isso, minha maior preocupação foi tratar cada pergunta com seriedade e base bíblica”, disse Eduardo.

E continuou: “Mesmo as perguntas mais simples precisam ser respondidas com responsabilidade teológica. Neste livro, fiz questão de citar teólogos e obras que me ajudaram a manter esse equilíbrio. Meu compromisso foi evitar respostas fáceis e conduzir o leitor ao discernimento pela Palavra”.

O livro também oferece fundamentação teórica em estudiosos como Merrill F. Unger, um dos principais nomes da demonologia; Norman Geisler, conhecido por sua teologia sistemática e defesa das Escrituras Sagradas; e George Eldon Ladd, que moldou gerações com sua escatologia bíblica.  

‘Devo ter medo do diabo?’

Após explicar as estratégias do diabo, o pastor afirmou que os cristãos não precisam ter medo do inimigo, Jesus já venceu esta guerra na cruz. 

Portanto, a verdadeira batalha espiritual dos cristãos hoje não é para vencer Satanás, é permanecer firme na vitória já conquistada por Cristo.

“O medo do diabo é resultado da ignorância bíblica. A verdade é que não lutamos para obter a vitória — lutamos a partir da vitória de Cristo. Ele já venceu. E essa vitória foi transferida a nós”, declarou o pastor. 

Eduardo citou a passagem bíblica em Lucas 10:19, que diz: “Jesus disse: ‘Eis que vos dei poder para pisar serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo; e nada, absolutamente nada, vos causará dano’”.

“O medo é alimentado pela falta de revelação, pela ausência de ensino e pela má compreensão do que Cristo já conquistou. O diabo foi vencido, e o cristão precisa entender essa autoridade. O verdadeiro antídoto para o medo não é gritar mais alto — é conhecer mais profundamente as Escrituras”, acrescentou.

Por fim, o pastor ensinou como o cristão pode se manter protegido em meio a essa batalha:

“Proteção espiritual começa com oração e ensino bíblico saudável. Oração no Espírito, oração com entendimento, fundamentada na Palavra. Não se trata de repetir frases, mas de orar com revelação, discernindo o que vem da luz verdadeira que é Cristo”.

“Também é fundamental remover os excessos. Não devemos espiritualizar o que já é espiritual. Precisamos tratar as coisas espirituais com a seriedade que elas exigem — sem banalizar, sem fantasiar. Ignorar o mundo espiritual é um erro, mas exagerar ou deturpá-lo também é. O equilíbrio é o segredo: oração, Palavra, vigilância e sobriedade. Essa é a base para uma vida cristã protegida, frutífera e consciente da autoridade que temos em Cristo”, concluiu.

“Mapeando o Diabo” pode ser encontrado na: Amazon e E-commerce da Editora Vida

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