Pastor diz que a Igreja Brasileira precisa de cura: “Nunca houve tanta divisão”

O pastor Joel Engel abordou a essência da Igreja e a responsabilidade de cada geração em transmitir a fé.

fonte: Guiame, Luana Novaes

Atualizado: Quinta-feira, 21 Novembro de 2024 as 7:04

(Foto: Ministério Engel)
(Foto: Ministério Engel)

Afinal, o que é a Igreja? Respondendo a esta pergunta, o pastor Joel Engel abordou a essência da Igreja e a responsabilidade de cada geração em transmitir a fé, na última terça-feira (19).

Segundo Engel, a palavra igreja é traduzida do termo grego “ekklesia”, que significa “chamados para fora”. 

“Nós fomos tirados de um lugar e levados para outro. Antes vivíamos em trevas, seguíamos o sistema do mundo, mas agora fomos levados para o Reino de Deus, onde o sistema, as leis e os costumes são diferentes. Mas é preciso entender: para ser liberto das prisões das trevas, é preciso realmente entrar no sistema do Reino de Deus”, destacou.

E completou: “No sistema do mundo, somos treinados a reagir, mas no sistema de Deus não é assim. Você não muda de humor se você não permitir, pois você aprende a dominar a si próprio”.

Durante a pregação, Engel usou uma analogia para ilustrar a relação entre a Igreja e o mundo. “A Igreja é como um barquinho no oceano. O oceano é a Igreja, e o barquinho é o mundo. O oceano sobrevive sem o barquinho, mas o contrário é impossível”, disse.

Desafios nos dias de hoje 

Joel Engel expressou preocupação com o futuro da Igreja e o impacto das gerações mais jovens. “Na geração de Moisés, toda a nação se converteu. Mas quando chegou u na época de Josué, veja o que aconteceu: ‘Depois morreu toda aquela geração e sucedeu-lhes outra geração que não conhecia ao Senhor, nem tão pouco a obra que fizera a Israel’ (Juízes 2:10)”, citou.

Ele questionou: “Se depender de você, a geração dos seus filhos vai conhecer a Deus ou se esquecer Dele? Basta uma geração falhar para a próxima não conhecer a Deus.” 

“Hoje, o que eu vejo em nosso País são filhos adaptando o modelo deixado pelos pais e transformando o altar em um palco de negócios. O que está acontecendo com a Igreja de Cristo? Ela está se adaptando ao sistema do mundo? Se a Igreja voltar ao sistema do mundo, ela não é mais Igreja — pois, em essência, igreja significa ser tirado para fora do antigo sistema.”

'Igreja não é um prédio'

O pastor observa que muitos têm um entendimento raso sobre o que de fato é a Igreja: “A parede da igreja está sendo pintada de preto? Tudo bem! Estão promovendo sorteio de pizza? Tudo bem! Mas Cristo deve ser a pedra principal. Sem Ele, não há salvação!”, afirmou.

Engel também reforçou que a Igreja não se limita a um prédio ou denominação. “A Igreja é formada por todas as pessoas que creem em Jesus e são salvas por Ele. No mundo espiritual, somos um só, o corpo de Cristo.”

Engel também explorou as raízes históricas da Igreja, apontando como os cristãos primitivos se reuniam. “Em Roma, o povo pegou o costume de se reunir em um prédio. Mas antes disso, onde os apóstolos se reuniam? Debaixo de uma árvore, na beira da praia, de casa em casa. Partiam o pão. Não existia o conceito de ‘vamos lá em um prédio’”, explicou.

O pastor também criticou o que chamou de “mentalidade grega” presente em muitas igrejas atuais. “O costume de dizer ‘minha igreja’ é uma mentalidade grega. Na mentalidade bíblica, o centro é Deus. Na mentalidade grega, o centro é o homem. A mentalidade bíblica promove a unidade. A mentalidade grega promove a competição”.

O pastor também abordou o que ele considera ataques espirituais à unidade da Igreja nos dias atuais. “Nunca houve tanta divisão e rebelião nas igrejas como agora, pois demônios foram liberados para preparar o caminho para o anticristo. As igrejas precisam se preparar para esse tipo de guerra. Essa divisão entre famílias, entre irmãos, tem raiz na mentalidade grega, que promove a competição em vez da unidade”, alertou.

Por fim, Engel destacou: “Você acha que Deus te tirou das trevas para ser mais um? Acha que Deus te tirou do mundo para continuar a mesma coisa? Se for isso, Jesus morreu em vão. Que tipo de fé viverão nossos filhos? Que tipo de legado a próxima geração irá carregar? Se não estivermos fundamentados em Cristo como a pedra angular, a Igreja corre o risco de perder sua essência.”

Veja a pregação completa:



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