Escola de samba apresenta Jesus como mendigo em desfile no Carnaval do RJ

A Beija-flor apresentou uma escultura de Cristo coberta com um plástico preto em um carro alegórico formado por lixo e retalhos.

fonte: Guiame, com informações de Metrópoles e G1

Atualizado: Quarta-feira, 5 Março de 2025 as 10:44

A Beija-flor apresentou a escultura de Cristo coberta com um plástico preto. (Foto: Reprodução/TV Globo).
A Beija-flor apresentou a escultura de Cristo coberta com um plástico preto. (Foto: Reprodução/TV Globo).

A escola de samba Beija-Flor apresentou Jesus como mendigo durante o desfile de carnaval, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, na segunda-feira (3), no Rio de Janeiro.

A escultura de Jesus Cristo coberta com um plástico preto desfilou como um carro alegórico formado por lixo e retalhos. Na frente da alegoria, 100 pessoas desfilaram fantasiadas de moradores de rua e ratos.

A figura de “Cristo Mendigo” foi apresentada pela primeira vez no desfile da Beija-Flor em 1989, quando foi criticada pela Igreja Católica e não voltou a ser exibida nos carnavais dos anos seguintes.

Neste ano, a alegoria retornou à Sapucaí como uma simbologia da “vitória” do samba contra a Igreja Católica. A ideia foi do diretor de Carnaval Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, conhecido como Laíla.

Na imagem de “Jesus mendigo”, foi colocada uma faixa com a frase: “Mesmo proibido, rogai por nós”.

Em postagem no Instagram, a escola Beija-flor comentou sobre a escultura polêmica. “A releitura da icônica alegoria ‘O Cristo Preto’, transgressora e antológica, é relembrada, ao fim do desfile, como a grande obra”.

Ocultismo na Sapucaí

No desfile deste ano, a maioria dos enredos das escolas de samba do Rio de Janeiro homenagearam entidades de religiões afro ocultistas.

Como a Salgueiro, que apresentou um enredo sobre o corpo fechado por amuletos e rituais. A comissão de frente mostrou um terreiro alegórico, com o casal de mestre-sala e porta-bandeira representando Xangô e Iansã, dois orixás adorados por seguidores do candomblé e da umbanda.

Após desfilar na comissão de frente, o casal embarcou em uma moto e foi até o último carro para se apresentar novamente como destaque. Segundo a Salgueiro, a atitude foi um pedido de Zé Pilintra após uma consulta à entidade.

Já a escola Unidos da Vila Isabel desfilou com o tema "Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece!".

A comissão de frente contou a história sobre o homem que enganou o diabo (interpretado pelo ator José Lorenzo).

Nos comentários de uma postagem no Instagram que mostrou a apresentação, muitos usuários criticaram a exaltação do reino das trevas.

“Apologia ao demônio não tem nada haver com tradição ou cultura”, afirmou um homem. Uma usuária comentou: “O carnaval só exalta o diabo, mas quando o povo tá passando por dificuldade ou na hora da dor, aí o povo lembra de Deus”.

Outra escreveu: “A cada ano a festa está ficando mais demoníaca. Parece um culto ao inferno. Triste ver que o carnaval do Rio virou um circo dos horrores”.

 
 
 
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