
O Parlamento Europeu aprovou, na quinta-feira (10), uma resolução urgente condenando o ataque terrorista à Igreja Ortodoxa Grega Mar Elias, em Damasco, ocorrido em 22 de junho.
O atentado, reivindicado pelo grupo islamista Saraya Ansar al-Sunna, matou mais de 25 pessoas e feriu cerca de 60.
Na resolução, o órgão também exige maior proteção para cristãos e outras minorias na Síria.
Atualmente, a Síria é controlada pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), de origem islâmica e com vínculos históricos à Al-Qaeda.
O HTS afirma se mostrar como uma força moderada, adotando discursos de inclusão e respeito às minorias religiosas, como cristãos e drusos.
Drusos e minorias
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR) atualizou o número de mortos nos confrontos no sul da Síria para 248, resultado de embates entre drusos e tribos beduínas. Entre as vítimas, 92 eram drusos – sendo 21 executados por forças do regime.
Associado há anos à oposição síria, o SOHR também denunciou a ampla destruição de infraestrutura civil – incluindo igrejas e casas – na província de Sweida, classificando os ataques respaldados pelo regime de Al-como uma ofensiva contra a "dignidade e propriedade" dos moradores drusos.
Além do atentado à igreja de Mar Elias, houve outros incidentes de grave violência sectária. Em março, centenas de alauítas foram massacrados, embora não esteja claro se isso ocorreu com o apoio do governo ou se foi apenas uma indicação de que este não tem poder para controlar todas as facções armadas do país.
Proteção às minorias
A organização cristã ADF International expressou apoio à resolução aprovada pelo Parlamento Europeu pedindo maior proteção às minorias religiosas e medidas mais firmes contra o extremismo violento.
Kelsey Zorzi, diretora de Liberdade Religiosa Global da ADF International, disse: “Esta resolução marca um passo importante para construir um movimento internacional para proteger os cristãos e outras minorias religiosas na Síria.”
“O Parlamento Europeu tem razão em exigir responsabilização, não apenas pelo ataque a Mar Elias, mas pelo padrão mais amplo de perseguição religiosa na Síria, e em condicionar o apoio futuro ao cumprimento das obrigações de direitos humanos pelo governo sírio.”
A resolução também exige que o governo sírio garanta que a igreja de Mar Elias seja reconstruída.
A ADF expressou preocupação diante das crescentes denúncias de discriminação contra cristãos na Síria, tanto em empregos públicos quanto privados.
Relatos de assédio e intimidação também se intensificam, gerando temor de que a tradicional comunidade cristã do país possa desaparecer gradualmente em razão da emigração forçada.