
O pastor presbiteriano Augustus Nicodemus é conhecido por seu conhecimento teológico e conteúdos bíblicos para a vida prática.
Mas, muitos não imaginam que Augustus foi resgatado do crime em sua juventude, e transformado de assaltante a teólogo pelo poder do Evangelho.
Durante participação no Inteligência Ltda. Podcast, Nicodemus contou que nasceu em uma família cristã protestante de classe média alta, porém, acabou se desviando na adolescência por curiosidade de experimentar o mundo.
“Com 16 anos de idade, eu e mais um grupinho lá da igreja decidimos cair fora, porque queríamos ver porque a grama do outro lado da cerca parecia mais verde”, revelou ele.
Na mesma época, Augustus foi para os Estados Unidos fazer um intercâmbio. Sem supervisão dos pais e da igreja, o jovem aproveitou para seguir seus desejos.
“Minha primeira experiência sexual foi lá. Aí comecei tudo, foi maconha, cachaça, whisky, cerveja. Foram seis meses de orgia e eu voltei completamente diferente, para tristeza da minha família”, contou o escritor.
Rachas e assaltos
Mais tarde, Nicodemus se envolveu com más companhias e liderou uma gangue de motociclistas, que promovia rachas em Recife (PE).
“Eu ia para boates e ficava bêbado, saía para a zona de prostituição e peguei doença venérea”, disse.
O jovem ainda ingressou no mundo do crime e passou a fazer assaltos com arma de fogo, depois dos pais diminuírem a quantidade de dinheiro que lhe davam.
Augustus também chegou a vender coisas da casa da família para financiar sua vida depravada.
“Vendi a câmera de filmar do meu pai, bujão de gás. Eu desci a esse ponto, tenho até vergonha de tudo que aconteceu”, confessou ele.
Mais tarde, com 23 anos, Nicodemus cansou de viver na farra, decidiu ter uma vida mais regrada e saiu do crime.
Enfrentando a depressão
Ele passou a buscar satisfação em namoros e em faculdades, mas nada adiantou. “Comecei a entrar em depressão, nada me satisfazia”, lembrou.
Até que, em setembro de 1977, o jovem decidiu tirar a própria vida com a arma de seu pai. “Lembro que cheguei em casa, estacionei a moto, subi no primeiro andar e fui lá no quarto dele. Quando eu cheguei, minha mãe estava lá lendo a Bíblia, eu não esperava”, relatou.
Percebendo que o filho estava transtornado, a mãe perguntou o que havia acontecido e Augustus revelou seu plano de suicídio.
“Ela disse: ‘Por que você não ora, meu filho? Você conhece a verdade”, afirmou o pastor.
Resgatado do suicídio
Naquele momento, Nicodemus orou pela primeira vez em sua vida e teve um encontro poderoso com o Senhor.
“Levantei meu coração diante de Deus como se fosse uma criança. E caiu um peso de 200 quilos. Foi um negócio extraordinário. Essa foi a experiência mais marcante da minha vida. Naquela hora eu senti Deus do outro lado me respondendo”, testemunhou.
Após a experiência, o jovem lembrou de todos os ensinamentos da Bíblia que havia aprendido na infância e na adolescência na igreja. “Meu coração se encheu de alegria”, declarou ele.
Nicodemus mergulhou nas Escrituras, logo se sentiu chamado para pregar o Evangelho e ingressou na faculdade de teologia.
Durante uma ministração em uma igreja, o escritor revelou que depois de sua conversão, devolveu o dinheiro que havia roubado.
“Eu costumava ir para um bar tomar cerveja em Recife. O garçom servia, eu pedia alguma coisa, o garçom saía para buscar e eu ia embora, não pagava. Tinha um garçom que eu fiz isso várias vezes com ele”, comentou.
“Depois da minha conversão, eu voltei lá e disse: ‘João, você se lembra de mim? Aqui está todo o dinheiro que eu fiquei devendo”.
O jovem também vendeu seu carro para devolver o dinheiro que havia roubado de um posto de gasolina. Mesmo correndo o risco de ser preso, Nicodemus procurou o dono para entregar a quantia.
“Fui lá no posto e disse: ‘Seu Luiz, quem assaltou seu posto fui eu’. Dei a ele uma Bíblia e devolvi o dinheiro. Seu Luiz ficou feliz da vida porque recebeu dinheiro de volta com juros e ainda ganhou uma Bíblia. Ele disse: ‘Vai embora meu filho, Deus abençoe!’. Ele não me denunciou”, disse.
E o pastor refletiu: “O arrependimento verdadeiro produz a disposição de assumir as consequências e resolver o que você fez de errado, ainda que isso lhe custe”.