Os três estudantes brasileiros que foram admitidos pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, foram conhecer a instituição na semana passada. Gustavo Haddad Braga, de 17 anos, Tábata Amaral, de 18 anos, e João Henrique Vogel, de 18 anos, foram convidados para visitar a universidade antes de efetuar as matrículas. Além de Harvard, os três foram aceitos por outras instituições de ensino superior americanas. As aulas começam em agosto, mas a matrícula tem de ser feita até o dia 1º de maio.
João Henrique, que também, foi admitido em Duke, é o único do trio que já se decidiu por Harvard. O jovem do Rio de Janeiro pretende mesclar os estudos entre física e economia para no futuro trabalhar com educação pública no Brasil. "Harvard superou absurdamente minhas expectativas. Sabia que era ótima academicamente, mas não imaginava que seria um lugar maravilhoso para viver, com dimensões de uma cidade e com muita vida social no campus. Conheci pessoas incríveis de todas as partes do mundo", diz.
Durante a visita, João Henrique teve oportunidade de conversar com professores, alunos e conhecer as opções de atividades extracurriculares. O estudante afirma que se interessa pelas aulas nas áreas de dança, teatro e educação. "A impressão é que vou estudar com as pessoas mais capacitadas do mundo. Tem todo tipo de alunos e todos são excelentes academicamente. Os professores me pareceram ser bem acessíveis, prontos para ajudar, sem contar que têm renome internacional e alguns até já ganharam o prêmio Nobel."
Indecisão
Com uma extensa lista de opções, Gustavo e Tábata ainda não sabem onde vão se matricular. Além de Harvard, Tábata foi aceita na Caltech, Columbia, Princeton, Yale e Pennsylvania. Gustavo também passou no MIT, Stanford, Yale e Princeton. Todas as instituições estão entre as mais bem colocadas do mundo, segundo ranking mundial de reputação divulgado em 15 de março pela instituição londrina Times Higher Education (THE).
"Adorei Harvard, realmente superou as expectativas. O lugar é lindo, muito bem conectado com a região de Boston, as pessoas são muito receptivas e os laboratórios e aulas são realmente excelentes", afirma Gustavo. "Mas eu diria que gostei muito mesmo de todas que eu visitei. Além de Harvard, fui também pra MIT e Yale. Por conta da distância, acabei não conseguindo ir para Princeton e para Stanford, mas tenho certeza que são muito legais também", diz.
Campeão de olimpíadas, o jovem morador de São José dos Campos, em São Paulo, pretende aliar as carreiras de física e biologia, mas ainda não sabe qual curso vai optar. Nas universidades americanas, esta escolha pode ser feita até o segundo ano do início das aulas.
Para Tábata, esta também será uma decisão difícil. A garota estudou parte do ensino médio em escola pública, ganhou medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) e, em 2006, recebeu bolsa de estudos no Colégio Etapa, onde concluiu o ensino médio. A jovem viajou pelo mundo para disputar olimpíadas e hoje reúne mais de 30 premiações.
Tábata quer estudar astrofísica e sociologia nos Estados Unidos, depois de formada tem planos de criar um centro de pesquisas de astrofísica e atender alunos de escolas públicas no Brasil. Mas mesmo antes de começar a faculdade, já faz sua parte, retribuindo as oportunidades que teve na vida, como a própria gosta de dizer. Há três anos, Tábata criou o Vontade Olímpica de Aprender (VOA), um projeto que visa incentivar estudantes de escolas públicas a participar de olimpíadas. As aulas ocorrem sempre aos domingos de manhã em uma escola pública na Vila Mariana. Atualmente são cerca de 180 alunos atendidos.
A universidade
Fundada em 1636, Harvard é a mais antiga instituição de ensino superior dos Estados Unidos. Aualmente a instituição atende cerca de 21 mil estudantes de todo o mundo. Quarenta e quatro professores que ainda compõem ou já fizeram parte do corpo docente da universidade receberam o Prêmio Nobel. A biblioteca da universidade possui cerca de 17 milhões de títulos.