Um estudo divulgado nesta quarta-feira (8), revelou através de uma análise genética que pessoas baixas, correm risco maior de terem complicações graves devido à obstrução de artérias.
Considerado como o primeiro estudo, o risco maior é principalmente devido a uma variedade de genes que influenciam se uma pessoa é alta ou baixa, e não outras variáveis, como pobreza ou má alimentação.
Foram examinados 180 variantes genéticas em um banco de dados de cerca de 200 mil pessoas com e sem doença arterial coronariana, causada pelo acúmulo de placas nas artérias, podendo levar a um ataque cardíaco - causa mais comum de morte prematura em todo o mundo. Eles descobriram que cada 6,3 cm na altura de uma pessoa afeta o risco de doença arterial coronariana em 13,5 %.
Para servir de exemplo, uma pessoa de 1,5 m de altura teria, em média, um risco 32% maior de desenvolver doença arterial coronariana do que uma pessoa que mede 1,68 m, disse o estudo. "Quanto mais variantes genéticas que aumentam a altura a pessoa leva, menor é o risco de doença arterial coronariana", explicou Christopher Nelson, co-autor do estudo e catedrático da British Heart Foundation na Universidade de Leicester. "E, inversamente, se a pessoa é geneticamente menor, maior é o risco", afirmou.
Era esperado para os pesquisadores, um estudo mais aprofundado dos genes implicados na relação entre altura e doença cardíaca possa levar a uma melhor prevenção e tratamento no futuro.
"Por mais de 60 anos, sabe-se que há uma relação inversa entre altura e risco de doença arterial coronariana", disse o principal autor do estudo, Sir Nilesh Samani, professor de cardiologia da Universidade de Leicester.
"Agora, usando uma abordagem genética", ressaltou o cientista, "foi possível mostrar que a associação entre menor estatura e maior risco de doença cardíaca coronária é uma relação primária e não é devido a variáveis de confusão".