Trump assina ordem que proíbe atletas trans em esportes femininos

A ordem executiva “Mantendo homens fora do esporte feminino” proíbe homens biológicos em competições femininas.

fonte: Guiame, com informações da AP e Diário de Esportes

Atualizado: Quinta-feira, 6 Fevereiro de 2025 as 9:40

Presidente Trump assina ordem executiva de proibição de homens em esportes femininos. (Captura de tela/YouTube/White House)
Presidente Trump assina ordem executiva de proibição de homens em esportes femininos. (Captura de tela/YouTube/White House)

O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (5) a ordem executiva “Mantendo homens fora do esporte feminino”, que proíbe a participação de mulheres e meninas transgênero, homens biológicos, em competições esportivas femininas.

Trump aproveitou a visita de meninas e jovens à Casa Branca por ocasião do Dia Nacional das Meninas e da Mulher no Esporte, para assinar a ordem executiva. Na sala também estavam atletas que lutavam pelo fim de trans em esportes femininos, além de congressistas e políticos.

A medida determina que instituições educacionais que permitam a participação de atletas trans em equipes femininas poderão ter seu financiamento federal suspenso.

Além disso, a ordem instrui o Departamento de Estado a pressionar o Comitê Olímpico Internacional para que adote políticas semelhantes em nível global, baseando a elegibilidade dos atletas no sexo atribuído ao nascimento, e não na identidade de gênero ou nos níveis de testosterona.

Reações polarizadas

A decisão gerou reações polarizadas. Defensores da ordem argumentam que ela protege a integridade do esporte feminino, enquanto críticos a consideram discriminatória e prejudicial aos direitos das pessoas transgênero.

A nadadora transgênero Lia Thomas é uma das mais conhecidas atletas que será diretamente impactada pela ordem executiva de Trump.

Em diversas competições, Thomas venceu as atletas femininas, o que foi justificado por seu porte físico masculino, o que foi considerado injusto com as atletas mulheres.  

Em 2022, Thomas venceu a prova dos 500 metros nado livre na principal liga universitária de natação dos EUA. Sua vitória gerou indignação entre defensores dos direitos das mulheres.

Posteriormente, o governador da Flórida, Ron DeSantis, emitiu uma nota oficial reconhecendo Emma Weyant, nadadora da Virginia e natural da Flórida, como a vencedora do Campeonato da NCAA (National Collegiate Athletic Association).

Uma das maiores polêmicas de atletas trans em esportes femininos aconteceu nas Olimpíadas de Paris.

A polêmica surgiu quando Imane Khelif, que teve reprovação em um teste de gênero por apresentar cromossomos XY, recebeu autorização do Comitê Olímpico Internacional (COI) para competir nos Jogos de Paris.

Khelif lutou boxe com a italiana Angela Carini, que acabou desistindo de competir pela desigualdade de condições.

A boxeadora italiana chorou e gritou “isso é injusto” ao cair de joelhos após desistir da luta contra seu adversário apenas 46 segundos depois de receber dois socos poderosos.

Traumas

Três ex-nadadoras da Universidade da Pensilvânia afirmaram ter sofrido trauma emocional por terem a nadadora transgênero Lia Thomas como companheira de equipe. Elas pediram à Ivy League que apagasse os registros de Thomas, conforme consta em um processo.

Um dia antes de a ordem ser assinada, Grace Estabrook, Margot Kaczorowski e Ellen Holmquist, ex-nadadoras da Universidade da Pensilvânia (UPenn), entraram com uma ação judicial para anular os recordes da nadadora transgênero Lia Thomas.

Elas alegam que a participação de Thomas em competições femininas violou seus direitos sob o Título IX, uma lei federal que proíbe a discriminação de gênero em programas educacionais que recebem financiamento federal.

As três ex-alunas afirmam que a Universidade de Harvard, a NCAA e o Conselho de Presidentes da Ivy League assediaram, abusaram e violaram leis federais ao permitir que Thomas competisse em sua equipe, conforme o processo apurou a Fox News.

veja também