
O memorial de Charlie Kirk, realizado no domingo (21), reuniu familiares, amigos e autoridades políticas para homenagear o legado do líder conservador evangélico, tragicamente assassinado durante um debate público na Universidade Utah Valley.
O evento apresentou diversos momentos em que a fé cristã foi absolutamente central, recheados de versículos bíblicos e louvores.
Um desses momentos aconteceu quando Erika Kirk, viúva do fundador da Turning Point USA, declarou: “Ele piscou... e viu seu Salvador no Paraíso.”
Essa declaração – que pode ser traduzida como “Charlie viu Jesus em um piscar de olhos” – chamou minha atenção tanto pela simplicidade quanto pela profundidade. Ela expressa uma das convicções mais consolidadas entre provavelmente a maioria dos cristãos: a certeza de que, ao morrermos, somos imediatamente acolhidos na presença de Deus.
Embora o tema seja teologicamente controverso, várias passagens bíblicas me fazem crer nessa mesma realidade apontada por Erika.
Na parábola do Rico e Lázaro, contada por Jesus e registrada no Evangelho de Lucas 16:19-31, podemos ler que, no momento da morte de Lázaro, um homem justo, os anjos do Senhor o conduziram ao seio de Abrão:
“E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão”.
Para muitos estudiosos, o “seio de Abraão” seria o Paraíso, um lugar de descanso e consolo para os justos após a morte, onde aguardam a ressurreição.
O próprio Jesus nos oferece uma esperançosa indicação de que o Paraíso aguarda os que creem, quando, na cruz, responde a um dos ladrões crucificados ao seu lado.
Arrependido, o homem reconhece Jesus como Rei e pede: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino”. Em resposta, Jesus lhe assegura: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23:42-43).
Essa promessa direta revela que a fé sincera, o arrependimento e o reconhecimento de que Jesus é o Salvador são suficientes para garantir a entrada imediata no Paraíso.
Ainda que haja uma “espera”, ela não é indefinida e há a certeza da presença imediata com Cristo.
Paulo também tinha essa convicção sobre a eternidade e de que estaria com Cristo após sua morte física.
Em sua carta aos filipenses, ele escreveu: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Filipenses 1:21).
E ainda:
“Desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor” (Filipenses 1:23)
Essas palavras revelam que a morte, para o cristão, não é derrota, mas o maior ganho: a comunhão plena e eterna com o Salvador.
Em outra de suas cartas, Paulo reforça:
“Preferimos estar ausentes do corpo e presentes com o Senhor” (2 Coríntios 5:8).
Essa convicção molda a visão cristã da morte não como fim, mas como a transição imediata para a presença divina.
O testemunho de Erika Kirk traz esperança ao mundo marcado por incertezas. Sua declaração aponta para uma verdade que tem atravessado séculos: quem está em Cristo pode enfrentar a morte não com desespero, mas com esperança inabalável na vida eterna.
Assim como Jesus afirmou: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; E todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Crês tu isto?” (João 11:25-26).
Adriana Bernardo (@adrianammbernardo) é jornalista, escritora e idealizadora do grupo feminino cristão “Amigas de Deus”. Professora de Teologia e Aconselhamento. Casada com Bene Bernardo, é mãe de Raphael, Aline e Guilherme, e avó de Raquel, Daniel e Júlia.
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